• 04 Set 2023

6 fatores relevantes sobre inovação e investimentos das perspectivas Buy-side e Sell-side

 

No cenário empresarial, a inovação emerge como um fator fundamental para impulsionar o crescimento e a adaptação às novas realidades. Com o objetivo de discutir as novas oportunidades e desafios da inovação em um período de restrição de capital, a Monkey conduziu um "webinar" no dia 30 de agosto, com a participação de Julia De Luca, responsável pela cobertura global de fundos de venture capital no banco de investimento do Itaú BBA, e Carolina Strobel, sócia operacional da Redpoint Eventures e diretora da Intel Capital LATAM, que compartilharam seu conhecimento e perspectivas sobre o assunto. Confira os pontos mais relevantes extraídos do debate.  

 

1. Investimento no universo das Fintechs  

Carolina Strobel

O investimento no mercado de venture capital brasileiro registrou uma queda no decorrer deste ano. Essa redução pode ser interpretada como um reflexo do expressivo aporte de recursos ocorrido ao longo de 2021, aliado à situação macroeconômica do país. Estamos, sem dúvida, entrando em um período de resiliência, marcado por uma busca por otimização de custos. Apesar desse contexto, as perspectivas atuais para as fintechs são positivas, suas bases de criação estão mais sólidas. Há muito espaço, sendo um ótimo momento para começar a empreender. Além disso, temos tecnologias como a inteligência artificial, que vem como uma ferramenta importante para impulsionar essas oportunidades.  

 

2. Desafios que empresas de tecnologia enfrentam no mercado financeiro  

Carolina Strobel

O maior desafio que os fundadores de empresas enfrenta ao chegar no mercado financeiro reside na habilidade de lidar com esse ambiente complexo. Isso se deve à necessidade de contar com profissionais experientes em cargos-chave, como um Diretor Financeiro (CFO), que possua a destreza necessária para obter recursos de forma eficaz.

Julia De Luca

Saber frear e saber acelerar o crescimento, saber o momento certo de queimar caixa ou não, é a principal característica que um fundador deve ter, sendo um grande desafio para os mesmos.   

 

3. Características que os empreendedores deveriam adotar, ao buscar uma rodada de investimento ou na expansão orgânica do negócio  

Carolina Strobel

Com o capital escasso, para captar o investimento, o empreendedor tem que escolher: acelerar ou atingir o breakeven. Essa escolha precisa ser feita com cautela. Mas o que o mercado quer agora é eficiência, tendo a certeza de que você está resolvendo um problema e traduzindo isso em valor para o usuário. É a hora exata de não se apaixonar pela solução, mas sim pelo problema que você resolve.

Julia De Luca

As principais características que o empreendedor deve ter são a resiliência e a consistência, porque empreender de fato é difícil. Além da adaptabilidade, saber estar pronto para agir independentemente do cenário que vem pela frente é essencial.  

 

4. Fatores chave para o investidor em uma startup  

Carolina Strobel

O primeiro fator é o problema que está sendo resolvido, e se o time fundador consegue resolvê-lo de uma forma eficiente. Além disso, se o problema é grande o suficiente para gerar retorno financeiro para o fundo. Portanto, olhamos para o tamanho do mercado e para a escalabilidade da solução.  

 

5. Por que razões os fundos deixam de investir em uma startup  

Julia De Luca

Diversos motivos estão envolvidos nesse processo, contribuindo para a sua complexidade. Embora o retorno financeiro seja uma busca comum a todos, é importante ressaltar que cada fundo possui características específicas. Atualmente, os fundos estão muito mais diligentes, realizando questionamentos de maior profundidade em comparação com o panorama de 2021. Como exemplo, a requisição de projeções de vários anos. Consequentemente, muitas transações não se concretizam durante essa fase de diligência, muitas vezes devido à falta de alinhamento com os critérios do fundo. Isso não significa que para um fundo diferente a transação não possa acontecer.  

 

6. Transformação na relação entre as empresas de tecnologia e as instituições financeiras  

Julia De Luca

A linha tênue entre tecnologia e serviços financeiros quase não existe mais. Toda empresa vai ter um componente de serviços financeiros. Se for tomado como premissa que toda empresa tem que se desenvolver tecnologicamente, essa linha entre a empresa de tecnologia e a de serviços financeiros vai ficando cada vez menor. Quando olhamos para as instituições financeiras, o Itaú é um grande exemplo, uma instituição centenária que conseguiu se reinventar e se posicionar em vários aspectos, como, por exemplo, bancos de investimento assessorando essas empresas em transações, ou o fundo de Venture Capital, que investe nessas empresas.  

Assista o Webinar na íntegra: Buy side e Sell side: a inovação sob as duas perspectivas 

 

Conheça os participantes do webinar! 

 

Julia De Luca

É formada em economia, especialista em tecnologia e responsável pela cobertura global de fundos de venture capital no banco de investimento do Itaú BBA, onde está desde 2018. Formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), atua há mais de 10 anos no mercado financeiro.?É a única autora da América Latina a publicar no site global da Nasdaq, além de colunista do MIT Tech Reviewm, íon Itaú e Inteligência Financeira. Também é coautora do livro ‘Brazil Fintech’.

Carolina Strobel

Possui mais de 20 anos de experiência em investimentos em tecnologia, construção de negócios e projetos de transformação digital. Sócia operacional da Redpoint eventures, diretora da Intel Capital LATAM por mais de uma década e diretora de inovação de empresas de capital aberto. Consultora digital reconhecida e conselheira de empresas.

Calil Gedeon

Formou-se em direito e administração pela FGV. Iniciou sua carreira com M&A, no Pinheiro Neto Advogados, mas logo fez a transição para o mundo das finanças, onde possui mais de 10 anos de carreira, com passagens pela Igc partners e Grupo Cataratas - uma portfolio company da Advent International - um dos maiores fundos de Private Equity com atuação no Brasil. É CFO e sócio da Monkey desde 2021.  

 


 

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