- 20 Abr 2023
O Risco Sacado é ruim para a minha empresa?
Antes de entender se realizar a operação produz efeitos positivos ou negativos na sua empresa, vamos definir, brevemente, o que é o Risco Sacado.
O Risco Sacado, também conhecido no mercado como “factoring”, é uma operação para gestão financeira que acontece entre três agentes: fornecedor, comprador (Sacado) e instituição financeira (IF). Embora possa parecer um termo financeiro complexo, principalmente por ser realizado em diferentes formatos de operação, é uma operação simples e segura. Como o nome referência, o Risco Sacado acontece da seguinte forma:
O Fornecedor— Possui uma nota fiscal para antecipar.
O Sacado— É cliente do fornecedor e possui convênio com as instituições financeiras.
Instituição financeira — É a financiadora da operação de antecipação dessa nota fiscal.
Desta maneira, o recebível passa de um pagamento que deve ser feito do sacado para o fornecedor, e passa a ser entre ele e o banco. Portanto, a Instituição Financeira assume o risco do sacado.
Para entender o porquê realizar essa operação é preciso também, analisar os benefícios, do ponto de vista de cada um dos agentes envolvidos:
O fornecedor — Antecipa o recebimento do valor de suas vendas otimizando seu fluxo de caixa a uma taxa menor do que a que seria aplicada, por exemplo, em um empréstimo com garantia ou financiamento, isso sob a perspectiva de que o risco assumido pela IF’s agora é o do sacado.
O comprador — Alonga os prazos de pagamento ao fornecedor com transferência do custo de capital, além de gerar um impacto positivo na cadeia de suprimentos.
A instituição financeira — Recebe um valor, aplicado por taxa, sob o valor antecipado.
Porque o mercado ficou apreensivo em realizar a operação e a visão de Eliseu Martins
O Risco Sacado é uma operação comum, realizada entre as grandes empresas do mercado brasileiro, e considerado uma operação ganha-ganha entre os agentes envolvidos na operação. Mas recentemente as especulações sobre o caso Americanas trouxeram um olhar apreensivo das pessoas e principalmente das empresas, para essa operação. Além do mercado agitado pelos desdobramentos que o caso poderia ter na economia do país. Muitas empresas ficaram inseguras em realizar a operação e com dúvidas de como colocá-la no balanço de maneira eficaz para garantir a transparência e a confiança de seus stakeholders.
Na visão de uma das maiores referências no Brasil em contabilidade, Eliseu Martins:
“O Risco Sacado foi injustiçado no caso Americanas”
— Eliseu Martins, em entrevista para a Power Supply, da Monkey
Eliseu é professor titular do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), já representou o Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), além de ser Ex-diretor do Banco Central e Ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele complementa sua argumentação, fazendo uma observação sobre o efeito da ausência de regulação no Brasil na facilidade em realizar fraudes por meio do risco sacado:
“Sem dúvida. A ausência de uma norma específica prejudica, sim. Mas as próprias empresas estão buscando dar mais transparência. Já começaram a dar mais clareza para as suas operações quando elas são puras, genuínas de fornecedor, ou quando começa a tomar cara de dívida e se configure endividamento financeiro” — Eliseu Martins, em entrevista para a Power Supply.
Para sanar a dúvida, se a operação deve entrar no balanço como uma operação de empréstimo, o professor Eliseu Martins, observa:
“Não precisa, mas é bom que esteja nos balanços por transparência. Alguma nota explicativa. Isso quando se compra do fornecedor no prazo é normal, tipo até 90 dias. Daí a empresa separa o que o banco paga por você à vista para o fornecedor, porque esse fornecedor tem interesse em receber e aceita o valor à vista com desconto.” — Eliseu Martins, em entrevista para a Power Supply.
É importante observar, que caso a operação seja realizada com o alongamento do prazo de pagamento, deve entrar no balanço como uma operação de empréstimo, pois se configura como endividamento financeiro.
Portanto, a respeito do caso Americanas, podemos concluir, que a operação de Risco Sacado foi o instrumento pelo qual a dívida aconteceu e não o motivo do endividamento. Diante disso, a tendência do mercado é que as empresas passem a ser mais transparentes em seu balanço dando mais clareza aos registros financeiros e não que deixem de usar essa ou outras operações de crédito, que são de uso comum no meio empresarial.
Realizar ou não a operação de Risco Sacado
Realizar operações de crédito é fundamental para que o sistema financeiro das empresas funcione. Risco Sacado é uma das diversas operações de crédito disponíveis no mercado, e pode ser um grande aliado neste momento.
Para a compradora é uma operação benéfica, que permite o alongamento de prazos de pagamento sem custo de capital e o fomento da cadeia de fornecimento. E para as pequenas e médias empresas da cadeia de fornecimento, a operação permite que recebam o pagamento de suas vendas de forma antecipada com menores taxas, visto que o banco tomou o risco do comprador, além de otimizar o seu capital de giro sem onerar o seu limite de crédito.
Como funciona a operação de Risco Sacado na Monkey
A Monkey é a plataforma líder em antecipação de recebíveis que realiza o Risco Sacado, nossa solução SupplyPlus.
Conectamos compradores e seus fornecedores a multifinanciadoras, possibilitamos o alongamento de prazos das suas notas fiscais, e o acesso as menores taxas de antecipação de recebíveis, através de um sistema de leilão reverso.
Além disso, ao utilizar a nossa plataforma, as empresas têm acesso a um Dashboards de inteligência para acompanhamento diário e insights de mercado. Tudo isso em um processo simples e centralizado através da nossa tecnologia de ponta e 100% digital.
Quer ter seu programa de Risco Sacado? Conheça o SupplyPlus e as devidas formas de contabilizá-lo no seu balanço. Fale com os nossos especialistas!
Quer saber mais sobre a operação Risco Sacado? Assista nosso webinar com o Professor Eliseu Martins, Bruno Oliveira (COO da Monkey) e Calil Gedeon (CFO da Monkey).